O Billy está com um pouco de dificuldade para comer, parece que não gosta da ração. O que me estranha muito é que essa é a ração que ele come desde que parou de mamar lá onde criavam ele. Eu comecei o processo de trocar a ração Hambi para a Pedigree, para ver se ele come mais, isso me preocupa porque ele fica comendo coisas do chão!
Agora, uma questão filosófica,rs Você sabe o que é importante avaliar para escolher uma boa ração? Como os cães são animais carnivoros, uma ração de boa qualidade deve conter um teor adequado de proteína. Uma elevada proporção de proteína na formula da ração significa que a mesma contém um nível mais reduzido de carboidratos, o que é compatível com a alimentação natural desses canídeos.
Esqueça aquela história de que proteína faz mal aos rins. Isso só vale para animais com comprometimento renal. Um elevado teor de proteína torna a ração mais biologicamente adequada para o cão. A grande maioria das rações Super Premium apresenta teor de proteína adequado.
Prefira rações com teor de proteína bruta igual ou superior a 25%. Localize esse tipo de informação consultando o rótulo do produto. Para você ter uma idéia, nos Estados Unidos, as melhores rações do mercado, possuem um teor de proteína bruta de até 35 – 42% (http://www.naturesvariety.com/Instinct/dog/kibble/chicken).
Em geral os fabricantes adotam um valor mais baixo de proteína, por ser este o elemento mais caro das rações e também porque rações com mais proteína e com baixo teor de carboidratos requerem um tipo diferente de processamento que ainda não é comum no Brasil.
Uma adequada ingestão de proteína está associada à manutenção da massa magra (musculatura), menor predisposição ao ganho de peso, pele e pelagem mais saudáveis e sistema imunológico mais competente.
- Composição:
É muito importante que a ração seja feita de alimentos com alto valor nutricional e alta biodisponibilídade, ou seja, ingredientes facilmente aproveitados pelo organismo do animal. Como os cães são carnívoros, é importante que a maior parte dos alimentos que fornecem proteína sejam de origem animal. Existem ingredientes mais e menos nobres. Por exemplo, farinha de carne de aves, de peixes, de carne bovina e de ovo integral são muito mais interessantes nutricionalmente do que farinha de subprodutos de animais ou mesmo farinha de penas.
Também é importante ficar atento aos alimentos que compõem as porções de carboidratos da fórmula. Inclusão de soja e seus subprodutos, por exemplo, não é bom sinal, já que esse grão é considerado um alérgeno alimentar para muitos animais suscetíveis. Prefira rações que apresentem grãos como arroz em sua composição e não apenas subprodutos de milho. Por fim, repare também nas fontes de ácidos graxos da fórmula. Óleo de peixe e gordura animal, por exemplo, são mais interessantes nutricionalmente do que óleo de soja. Outros ingredientes nobres podem enriquecer as rações: levedura de cerveja, condroprotetores (condroitina e glucosamina) e antioxidantes (vitamina C e E, selênio) em níveis adequados.
Existem ingredientes que nada acrescentam à nutrição do cão, como por exemplo, as uvas passas adotadas por algumas marcas. Além de serem potencialmente tóxicas para cães, são fontes de açúcar.
- Aditivos:
Todas as rações industrializadas contêm aditivos, como conservantes, palatabilizantes, estabilizantes, flavorizantes, aglutinantes, espessantes etc., eles garantem o adequado processamento e também a conservação do produto, dentre outras funções. Entretanto, hoje sabemos que uma alimentação exclusivamente baseada em alimentos industrializados e repletos de aditivos, em longo prazo pode causar alguns problemas de saúde, como alergias, alterações hepáticasetc.
Por esse motivo, convém escolher um produto com menos aditivos e fugir das rações coloridas. Existem hoje no mercado rações que empregam conservantes naturais, como óleo de alecrim e vitamina E, e muitas não incluem corantes em suas fórmulas.
Texto: Sylvia Angélico, do Cachorro Verde, e Gabriela Netto, médica veterinária do Cantinho Animal (CRMV-SP:19.477)
Fonte: Mãe de Cachorro